quinta-feira, 23 de setembro de 2010

coluna, colete e dor (3)

Então eu estava em casa e sem trabalhar. Já fazia alguns anos que isso não acontecia. E eu sentia uma angústia muito grande por estar lá e não ter o que fazer. Eu estudava mas logo minha concentração ia embora por causa dos medicamentos pra dor. Mas se eu não os tomasse sentia muita dor. O que fazer?

Eu tinha me tornado uma pessoa completamente diferente. As coisas que eu gostava de fazer já não me agradavam mais. E eu me vi sem nenhum hobby, sem nenhum interesse e sem nenhuma personalidade. Parece exagero mas não é, quando você devota sua vida unicamente aos estudos e ao trabalho como eu estava fazendo uma parte de você se vai e você nem se dá conta disso. Porque comigo foi assim: saí formada da primeira faculdade atrás de trabalho, trabalhei, aí foi aquela loucura pra prestar concurso público, passei e entrei, depois veio a segunda faculdade e a loucura de conciliar tudo. Uma coisa se perdeu no meio do caminho: eu mesma

No finzinho do semestre eu acabei trancando 3 matérias, as 3 mais pesadas porque eu não aguentava ficar sentada assistindo as aulas e ia reprovar por falta (atestado de problema de coluna não tira falta). Terminei o semestre porque eu tenho amigos que me ajudaram de tudo quanto foi jeito. Mas a dor tava ali comigo, firme e forte. Não me largava nunca.
Em dezembro um dos meus médicos me sugeriu um bloqueio anestésico da coluna (do tipo peridural que se faz em grávida). Lá fui eu pro Centro Cirúrgico, primeira aplicação, não me lembro que dor era maior entre a da coluna e a da agulha dentro da coluna. Meio que acordei na sala de recuperação mas ainda tinha muito sono e não sentia minhas pernas mais, só que eu não sentia dor nenhuma! Fiquei ali sem dor nem sei quanto tempo, fazia quase 3 meses que eu não me via sem ela. Bem ao longe eu escutava um apito, apareceu um enfermeiro, depois outro, mais um veio e logo o anestesista apareceu e ficava chamando meu nome. Não entendia nada, eles ficavam chamando meu nome e batendo no meu peito. Aí eu compreendi que quem estava apitando era EU porque meus batimentos cardíacos foram diminuindo, diminuindo e eu me sentia sendo afastada de tudo aquilo bem devagar. Como se afundasse e tudo ia ficando bem escuro. Mas eles me medicaram e ficou tudo bem, aí eu "acordei". (Essa parte ficou muito dramática! hehehehehe)

Nas duas semanas subsequentes eu fiz mais 2 aplicações iguais e sem complicações. O objetivo era que eu parasse de tomar os controlados e o objetivo foi cumprido. Nesse meio tempo eu comecei este blog, minha irmã tem um também e eu achei que seria uma idéia pra preencher o meu tempo. Mas eu nem sabia como achar outros blogs e também não sabia sobre o que procurar. Por acaso, eu acabei encontrando um blog de dieta, e já que precisava emagrecer tipo pra ontem eu comecei a segui-lo e através dele fui encontrando outros e assim um depois do outro. Acho que com todo mundo é assim. E aos poucos eu fui me achando... me adaptando com o colete de Putti porque era dezembro e fazia muito calor, aprendendo a dormir de lado com um travesseiro no meio das pernas, a sempre virar de lado pra levantar, a abaixar dobrando os joelhos, a alongar todos os dias e fazer caminhadas todos os dias...

(continua mas tá acabando :D)

3 comentários:

RunnaWay disse...

Ficou bem dramática mesmo aquela parte, Lilu ;; Fiquei com medo ~:

Patricia Cardoso disse...

Nossa, tbm fiquei com medinho. Vc qse morreu, heim! SE bem que a gente qse morre todo dia, ne? rs

Luna disse...

Pat,
Demora pra gente entender que quase morre todo dia, né? Mas eu acho que tudo que aconteceu tinha mais a ver com meu estado de espírito do que qualquer outra coisa... porque das outras vezes correu tudo bem :D