sábado, 8 de outubro de 2011

trabalho, orgulho, emprego, vocação

Quando eu era criança eu adorava a sensação de deixar meu pai orgulhoso de mim e isso se manteve mesmo durante minha vida adulta. Mas meu pai era uma pessoa extremamente exigente e dificilmente se contentava com  menos do que a perfeição. Ele era exigente demais consigo mesmo e eu sou exigente demais comigo mesma.

Ele e minha mãe sempre trabalharam muito e quando chegavam em casa estudavam mais um pouco, discutiam casos e conversavam sobre situações de trabalho. E assim, eu cresci crendo que trabalhar era assim, era este ritmo, estudos constantes e desafios. Eu sempre soube que iria chegar o dia em que eu iria, também, chegar em casa e rever as coisas do meu trabalho ou discutir estratégias e idéias.

Eu só não sabia que seria tão rápido...

Minha primeira graduação inteira foi dedicada a fazer a vontade dele. Eu não gostava do curso mas meu pai adorava. Talvez eu devesse ter desistido no meio ou talvez ele não devesse ter me pressionado para terminá-la. Ele errou, eu errei. Talvez não. Esses passos me trouxeram aqui, me fizeram o que sou hoje e nenhum conhecimento é desperdiçado.

E então eu decidi ser auxiliar de farmácia e meu pai exigia que eu fosse a melhor auxiliar de farmácia que eu poderia ser. Tomava nomes e dosagens, interações, nomes comerciais e genéricos, pra que servia cada droga... e ainda ficou nervoso quando eu decidi estudar farmácia!!! Dá pra acreditar nisso??

Mas isso durou pouco, porque logo ele abraçou a ideia da faculdade de farmácia e me ensinou tudo que ele sabia. Muitas noites em claro estudando, muitas broncas e muitas histórias dos tempos de faculdade dele. Mas quanto mais eu estudava mais eu aprendia que o tempo dele comigo ia diminuindo. Ele sempre tentava minimizar a situação e eu ia dormir acreditando nele. Eu não queria acreditar que os esquecimentos e a fala enrolada já eram significativos.

E a hora chegou. Ele foi e a faculdade não tinha acabado ainda. O trabalho dele comigo já tinha terminado. Mas o meu trabalho estava só começando. 

No dia da formatura eu não me sentia em nada farmacêutica. Da formatura eu fui ser farmacêutica do posto de saúde onde ele trabalhou tantos anos e nos 49 dias em que eu fiquei lá honrei a memória do meu pai. Ali as portas se abriram para o meu segundo emprego como farmacêutica e eu sei que não se deve gritar a felicidade muito alto pois a inveja tem sono leve. Então eu vou falar bem baixinho, só pro meu pai escutar:

- Pai, eu sou farmacêutica da Santa Casa =D

4 comentários:

Michelle disse...

Pra variar choreiii...não sei pq insisto em entrar aquiiii =ppp
Parabens viuuu...vc sabe que vc merece mto!!!
Bjaooo
Michelle

Anônimo disse...

PARABÉNS PELA CONQUISTAAAAA!!!!
:DDDDDDDDDDDDDDDDD

P.S> felicidade é onde o coração deseja estar!


Felicidades!!!!

Beijosss, Renata

Patricia Cardoso disse...

Que post lindo! Parabéns Luna!!! beijo, P

Luna disse...

Obrigada, meninas!!