Para ler ouvindo:
Da angústia de não saber e das nossas maluquices de fim de ano. E na minha mente é bem assim que vão se passando as imagens: 18 de dezembro era dia de comprar agenda nova, você na uti, a madrugada passada em claro conversando, chegar no hospital e ver você entubado, o preparo do peru à austríaca, levar sua mãe pra ter dar tchau, montar a árvore de Natal com ursos ao invés de bolas coloridas, seu ultimo suco, a busca pelo pisca-pisca perfeito, rodar a cidade pra ver as casas enfeitadas, as frutas que você cortava com precisão cirúrgica, o vestido rosa, a boneca, a formatura da
Oitava, a formatura do terceiro, a sub de farmaco, a ceia de 1990, o disco do The Doors...
Este é um post musical, pra te agradecer por isto:
Pra te agradecer pela melhor herança que você poderia ter me deixado: seu bom gosto musical. Porque até hoje, Zé, meu gosto musical é seu. Porque sua música ainda é minha música. Porque eu ainda escuto sua voz todos os dias, tão alto e claro como David Gilmour cantando aqui na sala agora.
Como eu posso permitir que o Natal seja triste daqui pra frente se você o amava tanto? Como eu não vou fazer suas receitas preferidas?
Desculpa por ter dançado ballet no seu vinil do The Doors :)
Como eu queria que você estivesse aqui...
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